ADAPTAÇÕES

By | 16:22 Leave a Comment
Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas, necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do teu presente, não é preciso perder para aprender a dar valor, e os amigos, ainda se contam nos dedos. Aos poucos você percebe o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, não tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre serão imediatos.

E eu aqui tentando entender, tentando aceitar e colocar em prática tudo isso. De onde menos se espera, é de lá que não sai nada? É difícil, é estranho, mas eu digo o que vi e vivi: de onde menos se espera é de lá que se deve esperar tudo e não esperar nada ao mesmo tempo. A cada novo segundo, em cada nova conquista, com cada nova pessoa que permito entrar na minha vida. Sentindo na pele a dor da decepção, o gosto amargo da ingratidão, o arrepio ruim quando tenho que encarar a crueldade, a arrogância e ignorância das pessoas. ‒ Ahhh... e como incomoda ter que lidar com tanta injustiça! Mas, até que é bom. Com isso eu vou aprendendo a viver assim, na marra, no grito, no sufoco, no impulso, com mais emoção. Eu quis mudar o mundo, quis ser brilhante, quis ser reconhecida. Hoje eu quero bem pouco, o suficiente pra me fazer feliz. Escolhi me concentrar no agora do que planejar um futuro incerto. Eu me libertei da culpa e dei de cara com algo novo: não me encaixo, e aceito.

Descobri que é inútil querermos ser bons o tempo todo e fazer tudo certo – o que importa é estarmos dispostos a fazer um pouco melhor hoje do que fizemos ontem. Portanto, não me deem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual porque, sinceramente, sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar com os pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas, com certeza, não serei a mesma pra sempre.

Ainda estou confusa, só que agora é diferente, estou tranquila e contente. Já não me preocupo se eu não sei por que, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê. Começo de novo, do zero, encaro o que vier e assim farei quantas vezes for preciso, com a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo, com a única certeza de que o que eu quero mesmo é não precisar provar nada pra ninguém. Acho muito injusto perder as asas no momento em que se descobre tê-las. É preciso poder voar, é preciso ter uma visão estratégica das janelas. Ver o sol e não poder tê-lo é absurdo. Então eu deixo algumas coisas passarem incompletas porque tenho consciência de que certas palavras ainda não têm tradução. Por mais que eu grite, vai ter quem não entenda, não aceite. O que eu não aceito é ter nascido num mundo tão grande e conhecer só uma pequena parte. Então, deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar, rir pra não chorar. Quem conseguir compreender, que me acompanhe ou se for me esquecer, que esqueça... mas bem devagarinho.

E assim a gente vai levando, vai levando, vai levando essa vida... louca vida!

(Uma adaptação de Juliana Nunes, com participações especiais de Charles, Friederich, Angenor, Agenor, Verônica, Bruna, Renato, Chico, Apparício, Mário e mais uma porção de gente bacana que li por aí).
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