Gente chata, mentirosa,
invejosa, egoísta, mal-humorada, pretensiosa, arrogante, pessimista e
conflitante. Não é de hoje que a gente sabe que é um saco ter que aturar as
chamadas ‘pessoas tóxicas’ que aparecem o tempo todo em nossas vidas. É
horrível estar se sentindo bem, cheio de paz e disposição, irradiando amor,
felicidade, compaixão e esperança e, dali a um instante, ser acometido por uma
enchente de desconforto causado pela infelicidade alheia.
Todo ser humano
passa por momentos ruins e difíceis em vários momentos de sua vida. Mas, nem
por isso deveria ter o direito de infectar os demais à sua volta com a
toxicidade de seus problemas. Note que eu disse “a toxicidade de seus
problemas” - o que não quer dizer TODOS os seus problemas. Há uma grande
diferença entre solicitar ajuda de amigos e familiares para resolver certas
dificuldades que aparecem na vida e sugar toda a energia dos mesmos com
pessimistas suposições, infundadas resoluções e abomináveis atitudes.
É fácil
diferenciar: pessoas tóxicas adoecem a elas e aos outros também. São acometidas
da chamada ‘síndrome do vampirismo’, pois se parecem com vampiros que, ao invés
de sangue, sugam a energia e vitalidade de pessoas saudáveis, contaminam e
deprimem o ambiente por onde passam. E a contaminação se dá àqueles que se
deixam levar pela fala mole e olhar piedoso do infeliz ‘sanguessuga’.
Pessoas assim não
procuram ajuda porque querem ser ajudadas, elas procuram apoio (Leia-se: muro) para
lamentações, onde desperdiçam suas vidas com pensamentos e sentimentos
destrutivos para, como forma de defesa, justificarem suas fraquezas. Pessoas
assim apontam os defeitos dos outros, antes dos seus, para poderem se sentir
mais confortáveis com o, agora, seu semelhante.
Muitas vezes é
perigoso tentar ajudar pessoas assim, pois, com um pequeno deslize você pode
ser conduzido aos lugares mais ínfimos da sua alma, podendo perder, além da sua
saúde, sua sanidade, seus valores, seus princípios, seus instintos, sua
sagacidade e, principalmente, sua crença no bem, no belo, no bom e no justo. Afastar-se
dessas pessoas é vital para uma trajetória saudável e bem sucedida.
Uma estratégia não
muito aceitável na sociedade, porém, bastante funcional, nestes casos, é
esquecer por alguns instantes o bom e velho “aprendi desde criança que devemos
tratar todo mundo de maneira igual”. Aqui estamos falando de sobrevivência e é
preciso saber separar, sim, o que nos faz bem daquilo que nos faz mal. Não é
pra se tornar cruel, desrespeitoso ou arrogante também. Apenas seja honesto
consigo mesmo.
Evite tratar
pessoas tóxicas da mesma forma com que trata as pessoas do bem, por exemplo, seja
em uma conversa formal, ou em um simples cumprimento. Você não é obrigado a ser
simpático com alguém que, você sabe, irá te magoar daqui a pouco. Além disso,
não seria justo com a outra pessoa que você admira, tem carinho ou respeito.
Defenda-se dos ‘vampiros’
dissimulados e arrogantes. Estes tendem a fingir uma realidade que não lhes
pertence, apenas pelo prazer de diminuir e humilhar o outro. A mentira
despretensiosa, em forma de ironia, a simulação de um ato carinhoso e ingênuo,
por vezes infantil, não passam de tentativas de manipulação para conseguirem
algo em troca, seja um bem material, um reconhecimento verbal ou uma vantagem
qualquer.
E muita atenção à
atitude clássica: a contradição. É sabido que, de fato, uma mentira repetida
várias vezes acaba se tornando verdade. No entanto, a grande maioria das
pessoas ainda não se deu conta disso, ou ainda não se tornou um expert no assunto. Assim, fica fácil
perceber quando alguma coisinha não bate naquela versão da história. A mente
humana foi originalmente programada para dizer a verdade, lembre-se disso.
Há quem acredite que o perdão continua sendo a solução para este
problema. Mas, você pode perdoar e se afastar ao mesmo tempo. Você é livre e o
único responsável pelas escolhas que faz, não sendo obrigado, portanto, a
conviver com aquilo que te desagrada ou te adoece. Encare o perdão como, antes
de um simples gesto de amor, um grande ato de sabedoria.
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