APRENDA A GERENCIAR AS EMOÇÕES

By | 17:21 Leave a Comment
Quando o emocional não vai bem, todo o corpo sofre. Aceitar os entraves da vida é fundamental para aprender a lidar com frustrações, abandonar tristezas e viver com saúde e qualidade



A vida é feita de altos e baixos e, sim, é importante que se vivam todos esses momentos, tanto as emoções prazerosas, quanto os sentimentos que trazem algum tipo de mal-estar. Tanto faz se for alegria, satisfação, amor, raiva, frustração ou angústia. Se houver um espaço de confiança devidamente estabelecido nas relações interpessoais , é possível ter segurança pra sentir tudo em seu devido tempo e lugar e, com isso, essa emoções não se acumulam, com a chance de se sobressaírem em um momento ruim. 

Dra. Julciléa T. Miranda
Muitas pessoas vivem atormentadas por mágoas, angústias e decepções, porque guardam ressentimentos de fatos passados e, nutrindo sentimentos ruins, acabam adoecendo. De acordo com a médica psiquiatra Julciléa Tessarolo Miranda, independentemente dos frutos do passado, deve-se ficar claro que cada acontecimento precisa, incontestavelmente, ser deixado em seu devido lugar. Experiências boas, por exemplo, devem ser usadas como base para a personalidade e o caráter de cada um e levadas para a vida toda. 

"No entanto, não se deve permitir que frustrações ou experiências ruins prévias restrinjam seu potencial atual, mas sim, incentive a superação de limites, nem que para isso tenhamos que enfrentar alguns 'Fantasmas do Passado'", aconselha a médica. 

Infelizmente, para alguns, este desafio parece intransponível. Para a psicóloga Luiza Lima, cada relação tem sua própria dinâmica e, por isso, algo que funciona bem para algumas pessoas pode não funcionar para outras. Mesmo assim, segundo ela, o importante compreender, olhar para si e para o outro, buscando entender o que está se passando. "Uma boa forma de entrar em contato consigo mesmo é por meio do autoconhecimento e autodesenvolvimento, utilizando a psicoterapia, por exemplo, como auxílio", recomenda. 

SOBRE O PERDÃO

Luiza Lima - Psicóloga
Conforme explica a psicóloga, independente de crenças ou religião, o ato de 'perdoar' significa entender que a perfeição daquilo que se busca alcançar não existe. "É preciso aceitar as limitações dos outros e as nossas como algo real e, por fim, perceber que podemos sentir, pensar e agir de diferentes formas. Por isso, ninguém é inteiramente bom ou mal, feliz ou triste, saudável ou doente", considera.

Todos passam por momentos de altos e baixos e o que determina a forma com que cada um irá se apresentar ao mundo é exatamente o modo pelo qual se lida com cada divergência. A psicóloga afirma que: "Perdoar é dar uma chance para si e para o outro de ser imperfeito". Já a psiquiatra Julciléa acredita que o perdão seja "o final de um processo que se inicia quando buscamos entender alguma questão que nos deixa triste, com raiva, frustrado. O próximo passo seria a compreensão, depois a aceitação e, por fim, a 'paz de espírito'". Para ela, a melhor maneira de lidar com conflitos é buscar o autocontrole, evitando atitudes impulsivas e tentando ter discernimento para destacar as situações cruciais que necessitem de atenção especial.

Ambas as profissionais concordam que a melhor atitude consiste sempre em buscar o equilíbrio, seja ele físico, mental ou espiritual. "Colocar-se no lugar do adversário nos permite adquirir a capacidade de imaginar os efeitos do perdão na vida desta pessoa, o que, obviamente, nos fará refletir de forma positiva em nossa própria vida", completa a psiquiatra. 

O REVIDE NÃO COMPENSA

Muitas pessoas acreditam que 'dar o troco', ou desabafar com a pessoa que ofendeu, pode ajudar a resolver o problema. Outras, no entanto, afirmam que essa opção apenas dá um prazer momentâneo, mas que, na verdade, não resolve nada, trata-se apenas de uma exposição desnecessária que poderá gerar um desgaste ainda maior. 

Diante disso, reforça-se a ideia de que o foco deve ser sempre o crescimento interior e, para isso, é fundamental sempre atitudes assertivas. O ideal, neste caso, conforme ensinam as especialistas, é se afastar e, caso o conflito ocorra com alguém que demonstre abertura para discussão, optar pela conversa em momento que ambos estiverem calmos, para esclarecer o ocorrido, expondo o sofrimento causado pelo outro. Revidar a ofensa pode piorar ainda mais o conflito, além de consumir forças e drenar a própria felicidade.

É imperativo ter sempre bom senso, mantendo o foco no crescimento pessoal. O importante é não supervalorizar situações que, em longo prazo, se mostrarão insignificantes. 

EXERCITE A ACEITAÇÃO

Meditação, relaxamento, práticas esportivas e hobbys são ótimas técnicas que agem como antidepressivos naturais, liberando endorfina e melhorando níveis de serotonina suficientes para atenuar sentimentos ruins ou mesmo evitar episódios de tristeza excessiva ou quadros de depressão.

Para conseguir evoluir e seguir em frente, é preciso exercitar atitudes nobres como o desapego e a gratidão, ou até mesmo, um pedido de desculpas por algo que tenha sido mal resolvido no passado, para que, com um sentimento de 'alma revigorada e leve', seja possível parar de nutrir pensamentos ruins e, assim, potencializar a melhora da qualidade de vida, bem-estar e da saúde do corpo e da alma com energias renovadas.

Diante disso, viva as emoções. Para isso, veja em qual contexto familiar, de amigos ou até mesmo terapêutico, é possível estabelecer uma relação de confiança. Evite frustrações. A raiva e o medo só geram mais angústia e o acúmulo de todas essas emoções se transforma em sofrimento psíquico e é somatizado em doenças corporais. Fácil, ninguém jamais afirmou que é. Contudo, é preciso dar um primeiro passo.





Revista Mídia & Saúde Maringá-PR | Setembro de 2015 | 
Fotos: Arquivo pessoal e banco de imagens
Produzido por: Mobi Comunicação
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 comentários: