OS SEGREDOS DE UMA VOZ SAUDÁVEL

Já ouviu sua voz hoje? Um apelo desesperado pode estar implícito por ela, como um pedido de socorro, por mais carinho ou atenção com a forma e intensidade pelas quais se utiliza esse recurso

Não é metaforicamente que se inicia esse tema. Um bem tão valioso como a voz, deveria, sim, ser tratado com mais cuidado e atenção por todos os seres humanos que dela dispõem. Instrumento de trabalho, reflexo da vida, da comunicação, da convivência, da boa saúde física e mental, requisitos básicos para uma vivência harmoniosa e minimamente tranquila em sociedade e consigo mesmo. Saber ouvir e identificar os sinais emitidos pela voz pode ser crucial para o bom desenvolvimento da espécie humana, cada vez mais dependente da comunicação, em seus mais variados sentidos, para progredir e evoluir. 

Sabe-se que muitas características da voz são influenciadas por motivos físicos, psíquicos ou sociais. Pessoas que estão muito tristes, nervosas ou que estão passando por alguma situação de estresse ou tensão extrema, por exemplo, é comum que desenvolvam alterações na voz - comumente apresentadas pelo famoso 'nó na garganta' (voz tensa e instável), rouquidão, gagueira ou diferentes entonações. 

Diretamente associada à fala, a voz é o efeito da realização da comunicação verbal e possui características variáveis para intensidade, altura, inflexão, ressonância e articulação, podendo ser considerada saudável (eufônica), quando todas as características estão funcionando em perfeita harmonia, ou doente (disfônica), quando há qualquer alteração em algumas delas.  Toda divergência na alteração da emissão vocal que impeça a produção natural da voz é considerada uma perturbação vocal ou, a chamada disfonia. 

As diferenças

Dr. Guilherme Scheibel

O médico otorrinolaringologista, Guilherme Scheibel, explica que existem vários métodos para avaliação de disfonias. Um dos mais utilizados é o de Análise Perceptivo-Auditiva que avalia diversas características da voz, como soprosidade (acentuada nos casos de 'perda de voz'); Pitch (adequado, agudo ou grave); ressonância (alterada quando estamos gripados, por exemplo); loudness (alterado em pessoas que falam muito alto ou muito baixo), dentre vários outros. 

De qualquer forma, cabe ressaltar que a falta de conhecimento, da conscientização sobre a importância e os cuidados básicos para sua preservação, acabam resultando em uma série de consequências, não apenas à voz, mas à saúde como um todo. "Devemos suspeitar de lesões malignas ou pré-malignas nesses casos. Se não for identificado o problema precocemente, poderemos perder a oportunidade de um tratamento mais simples e com maiores chances de cura", aconselha o especialista.

Identificando os sinais

Ficar atento aos sinais é o primeiro passo para evitar complicações futuras. O médico otorrinolaringologista é o profissional mais indicado para o diagnóstico e recomendação do tratamento mais adequado. Porém, na maioria dos casos, é necessária também a atuação conjunta com um profissional de fonoaudiologia, que se encarregará da 'reeducação vocal'. 

Dentre os principais sintomas estão: pigarros; ardência na garganta; esforço à emissão da voz; dificuldade em manter a voz à mesma altura; fadiga da voz seguida de rouquidão; cansaço ao falar; variações na frequência habitual (hora a voz sai mais alta, hora sai mais baixa); rouquidão; falta de volume e projeção; perda da eficiência vocal; pouca resistência ao falar; tensão na musculatura cervical.

A prevenção, como sempre, ainda é o melhor tratamento. Sendo assim, evite excessos, mantenha hábitos saudáveis e atente para as dicas do especialista:

Revista Mídia & Saúde | Maringá-PR | Maio de 2015 | 

Fotos: Arquivo pessoal e banco de imagens

Produzido por: Mobi Comunicação

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