ODONTOFOBIA?

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"Odontofobia", ou medo de dentista, é um termo ainda inexistente em nosso vocabulário, mas que vem sendo estudado há algum tempo por odontologistas em todo o mundo. Ele é de fundamental importância para o conhecimento e entendimento psicológico, físico e social dos assumidos "odontofóbicos".

O medo e a ansiedade são fatores capazes de bloquear certas atitudes. Fazem qualquer pessoa mudar de hábito ou personalidade em questão de segundos. Atualmente, os pacientes estão mais exigentes e bem informados sobre seus direitos. Exigem do dentista não só uma boa conduta teórica e prática, ms também um reconhecimento das necessidades do ser humano, provido de sentimentos e reações.

Conhecer o psiquismo de cada indivíduo é importante para o profissional que pretende desenvolver seu trabalho com um atendimento de qualidade, conquistando cada vez mais seus pacientes.

A cirurgiã-dentista, graduada pela Universidade Estadual de Londrina (1995) e especialista em ortodontia e ortopedia facial (2001), Dra. Sonia Regina Prando, relata que é comum o pânico diante de um consultório odontológico. Segundo a dentista, a fobia, na maioria dos casos, pode ser originária de traumas passados, muitas vezes vividos na infância e que somente o tratamento psicológico poderá diagnosticar a gravidade do problema.

"Ir ao dentista não é uma fria!", assegura a doutora. Um pequeno sinal doloroso nos dentes, para algumas pessoas, pode se transformar em pânico só pelo fato de pensar em fazer uma visita ao dentista. O medo da cadeira odontológica é bastante comum entre adultos, ao contrário do que muitos imaginam. Ele pode vir associado a traumas antigos que realmente aconteceram ou que lhe foram "colocados na cabeça" quando ainda criança.

Alguns recursos terapêuticos estão sendo experimentados e aplicados para solucionar o medo depois que este se instala, melhorando o relacionamento entre dentista e paciente. Entre eles, encontramos técnicas de relaxamento, a hipnose, terapias de grupo educativas e terapia com Florais de Bach.

Seja qual for a origem do medo, existem maneiras relativamente simples de controlá-lo e até mesmo fazê-lo desaparecer. Basta um pouco de organização e força de vontade.

Uma boa noite de sono e uma alimentação equilibrada, por exemplo, são fundamentais para uma vida tranqüila e saudável. Na noite anterior à consulta, pense durante alguns minutos em coisas boas que lhe aconteceram durante o dia. Isso fará com que você durma mais auto-confiante. Uma boa noite de sono é essencial para se sentir mais relaxado na manhã seguinte. Sonia aconselha marcar as consultas nesse horário, porque a pessoa ainda não entrou em contato com situações estressantes.

Tome seu café da manhã antes de ir ao consultório. Uma alimentação inadequada irá piorar a sensação de mal-estar num momento de maior ansiedade. Converse com seu dentista sobre seus medos. Um bom profissional entende que não está tratando apenas da boca, mas sim de um ser humano completo e único, com todas as suas peculiaridades. Essa relação precisa ser de empatia e confiança.

A consulta deve ter a duração que lhe seja mais confortável. Combine com seu dentista se prefere mais curta ou mais prolongada, para que mais procedimentos sejam feitos numa única visita. Durante a consulta, pense em coisas que exijam sua atenção durante o restante do dia. Busque, em pensamento, soluções para problemas rotineiros ou estratégias para realizar planos antigos. Quando sentir-se mal na cadeira odontológica, descreva seu sentimento para o dentista. Ele o ajudará com certas técnicas respiratórias ou de relaxamento. Consultórios modernos possuem recursos para desviarem a atenção do paciente durante o procedimento odontológico, como vídeos e esteiras de massagem adaptadas à cadeira.

Peça ao seu dentista que lhe explique e mostre o que foi feito. Quanto mais você souber sobre seu tratamento e as técnicas usadas, menos medo do desconhecido você terá. Em alguns casos, o dentista poderá prescrever medicamentos que trarão mais alívio e menos ansiedade, e poderá indicar tratamento complementar com psicólogo ou psiquiatra.

É importante conscientizar-se de que, quanto mais você cuidar da prevenção dedicando-se à higiene da boca e a bons hábitos alimentares, menos precisará ir ao dentista. Mas, se precisar, lembre-se dele como um profissional que se dedica à melhoria da sua qualidade de vida. Afinal, nessa estação de tantas comilanças, os encontros se tornam mais prazerosos se pudermos também ter um sorriso bonito.


Revista Estação - Londrina | Inverno 2007 / pág. 29 | Foto: Leila Patrícia Silva




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