QUANDO A DIVERSÃO SE TORNA DOENÇA

By | 16:01 Leave a Comment
O ato de comprar não está ligado apenas a pagar e curtir. Para alguns, o vício em compras está em uma linha tênue entre gostar e precisar 



Está terminantemente proibido o uso de cartões de crédito, abertura de contas e circulação em locais de comércio e/ou qualquer tipo de exposição de consumo. Inspire. Expire. Tranque-se no quarto, embaixo da cama até segunda ordem. E, de repente, você se vê escravo da própria limitação: "Mas quando foi que comecei a acumular bens materiais que não precisava?".

Assim como todo vício, não se sabe exatamente como e quando surgem os primeiros sinais. Fato é que, se não for controlado, acaba resultando em sérios problemas de saúde, comportamentais e, até mesmo, de convivência social. 

Alguns especialistas dizem que o ato de adquirir objetos pode ajudar a lidar com a sensação de falta de controle; outros, acreditam que pode ter relação com a infância, privação financeira ou, ainda, forte relação com o alcoolismo e distúrbios alimentares. 

A compra compulsiva também pode ser chamada de Oniomania, que é um distúrbio causado pela aquisição exagerada e desnecessária de objetos, bem como pela incapacidade de controlar gastos. O diagnóstico da doença costuma ser difícil, pois, apesar de apresentar sintomas como depressão e ansiedade, característicos do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) ou do Transtorno Bipolar, nada tem a ver com ambos. O paciente Comprador Compulsivo é identificado pela impulsividade e dificuldade de planejamento, além da tentativa (errônea) de suprir carências emocionais.

Aliviar a dor

Os parâmetros para classificar o consumo compulsivo como vício são variados. De acordo com a psicóloga Lígia Fernandes, essa classificação depende do grau que determinado item comprado é realmente necessário e se esse consumo tem sido prejudicial ao indivíduo, a ponto de gerar problemas emocionais e financeiros. 

Lígia Fernandes
O fato da sociedade se apresentar cada vez mais imediatista e movida pelo consumo é que faz com que a maioria das pessoas prefira pequenos prazeres instantâneos ao invés de esperar um pouco mais por algo que poderia ser melhor ou mais vantajoso. "Desta forma, o mercado se aproveita dessa nossa suscetibilidade e manipula algumas condições que tornam o consumo mais provável", explica Lígia. 

Uma pessoa pode passar anos comprando e se endividando antes de perceber que sofre de uma doença e a ajuda só é procurada uma vez que a situação financeira chega a uma condição insustentável. 

A psicóloga recomenda tratar este problema através da psicoterapia. Frequentar grupos de autoajuda, como o Devedores Anônimos, por exemplo, também pode auxiliar. Mesmo assim, é necessário, primordialmente, reconhecer o problema e estar disposto a trabalhar para mudá-lo.



Revista Mídia & Saúde Maringá-PR | Abril de 2015 | 
Fotos: Arquivo pessoal e banco de imagens
Produzido por: Mobi Comunicação

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 comentários: