CRÍTICA DE CINEMA - A Fantástica Fábrica de Chocolate

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Sonho de chocolate

O excêntrico Willy Wonka (Johnny Depp) vive numa fábrica de chocolates há anos, sem que ninguém nunca o tenha visto. Depois de 15 anos sem deixar um visitante sequer se aproximar de seus domínios, ele permitirá a visita apenas para cinco crianças, que serão selecionadas através da sorte - cinco barras de chocolate com um bilhete dourado foram lançadas pelo mundo afora, e quem os encontrasse teria o direito de conhecer a fábrica e todos os seus segredos.

Os vencedores: o guloso, Augustus Gloop (Philip Wiegratz); a ambiciosa Violet Beauregarde (Annasophia Robb); a esnobe mimada Veruca Salt (Julia Winter), o metido e viciado em televisão, Mike Teavee (Jordan Fry) e Charlie (Freddie Highmore), o garoto pobre e humilde que vive nos arredores da fábrica.

As crianças descobrem que as coisas dentro da fábrica são ainda mais surreais do que imaginavam, e vão aprendendo uma lição devido seus maus comportamentos, através de situações realmente sinistras nas quais se metem.

A nova versão de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (Tim Burton, 2005), baseado no livro de Roald Dahl é uma adaptação do clássico dirigido por Mel Stuart, em 1971. E acredito, ter deixado um gostinho de decepção em muita gente que passou pela infância e conheceu a versão original.

Particularmente senti um aperto no coração quando vi que estavam tentando revelar o passado de Willy Wonka (interpretado por Johnny Depp e no anterior, por Gene Wilder), e quase chorei ao ouvir os Oompa Loompas ao som de Heavy Metal, Rap e até Beatles!! 

Tudo bem, ficou engraçado, as coreografias também, muito divertidas (bem mais agradáveis do que aquela nostalgia dos anões verdes que cantavam naquele desânimo só). Porém, a graça do primeiro filme está em você poder viajar nas mágicas, nas fantasias, é legal ter a surpresa do que vai acontecer, ver as crianças aqui fora, fi cando de boca aberta e os olhinhos brilhando ao se imaginarem dentro daquele verdadeiro sonho. A sensação de que poderia encontrar um bilhete premiado ao abrir uma barra qualquer do chocolate, mesmo não sendo da marca Wonka, era fascinante.

A “nova fábrica”, também é boa. Mas não tem a mesma magia, não tem a mesma “sacada” que teve Mel Stuart naquela época. Tudo está muito manjado, as crianças não acreditam mais em contos absurdos.

Riem porque gostam de ver outras pessoas se dando mal. Tudo o que se tenta “copiar”, ou “reapresentar” para as gerações anos 90, não passa de algo antiquado. Não adianta tentar mudar, atualizar, adaptar. Johnny Depp (mesmo sendo um ótimo ator) nunca chegará aos pés de Willy Wonka – o misterioso, solitário e apaixonado por chocolates, de Mel Stuart.


Cinemural MUNDICS 2006 - Faculdade Pitágoras/ Metropolitana - Londrina
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